A agressividade do meu filho - conclusões
Depois que a reação aos remédios amenizou, a realidade voltou ao
que costumava ser: meu filho tem impulsos agressivos. Não são dos mais
horríveis, não são dos mais urgentes, não são dos mais tenebrosos, mas
são impulsos agressivos.
Para lidar com eles, depois de meses de reflexão e ponderações,
tomei algumas decisões que, creio, são interessantes:
1 - Como acredito em reencarnação, preciso considerar que pode ser a
primeira vez, em milênios, que ele tem contato com outro tipo de
educação. Muito bem, seja, a primeira vez em séculos, pode ser. Como
tal, eu preciso entender que ele não vai mudar hoje, nem amanhã,
independendo do método que eu use. Estamos falando de reorganização de
matrizes de conduta, algo que não se faz do dia para a noite.
Entrementes, é forçoso admitir que eu estou na fase perfeita para
inserir mudanças desse porte: a infância.
2 - Meus métodos de combater sua agressividade passarão,
obrigatoriamente, pelo respeito e pela temperança, mesmo que eu própria
precise me reformular para isso. Se eu quero que ele entenda que bater
não é legal, não posso nunca bater nele; se eu quero que ele entenda que
o respeito aos outros é bom, preciso lhe mostrar na própria pele como é
ser respeitado. Ele precisa sentir, com todos os meios ao seu alcance,
que existe, sim, outra forma de reagir e conviver com as pessoas.
3 - Ao respeitá-lo, porém, eu não vou me submeter a ele, faça ele o que
fizer. Respeitá-lo não significa levar beliscões e pontapés. Não
agredi-lo não significa deixar que ele me agrida; e se me impor não
inclui o agredir, tampouco incluirá permitir que ele o faça.
Quando ele for agressivo comigo e diálogo não resolver, vou dizer
simplesmente que nessa família não se faz assim, que ele se afaste e se
acalme, até que possamos conversar.
4 - Quando os episódios desagradáveis, quaisquer que sejam, ocorrerem em
presença de terceiros, pretendo, antes que tudo, retirá-lo da presença
dos demais, para depois conversar com ele. Eu não preciso criticá-lo com
platéia, por mais que ele esteja errado. De qualquer modo, a platéia
sempre pode interferir negativamente, como dizendo, por exemplo, que
"está tudo bem". Antes de mais nada, tentarei afastá-lo do foco de
tensão, para depois conversar o que precisar com ele.
Pretendo permanecer nessas posturas pelo tempo necessário para que ele
reformule sua forma de agir. Provavelmente levaremos anos nisso, mas é
no que acredito e é com m o que posso conviver.
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