Não é preciso tudo isso para maternar...

Eu vi a lista no blog da Larissa
(www.coisinhasdemae.blogspot.com)
fiz os comentários aqui e, entretanto, não tirei o assunto da cabeça.
Fiquei pensando na quantidade enorme de itens e em como eu me sentia
na minha primeira viagem.
Eu realmente acreditava que muitas daquelas coisas eram essenciais e
que, sobretudo, fariam de mim uma mãe melhor.
Quanta coisa mudou, de lá para cá!
É impressionante sentir que, não obstante toda tecnologia ao dispor.
os bebês precisam de tão pouco!
Estive pensando em um dia típico de Mariles e no que ela usa, e a
lista foi imensamente pequena. Claro que eu me considero uma mãe um
bocado alternativa, mas entre chupetas de cristal, alimentadores,
andadores eletrônicos e afins, fico me perguntando se todas essas coisas
não tiram o espaço da criança, em lugar de auxiliá-la.
Aqui Mariles acorda. Mama um monte. Tomamos banho juntas, no chão do
banheiro. Eu a visto (geralmente fraldinha e duas ou três peças de
roupa) e então me visto também.
Coloco-a no bercinho desmontável e ela dorme, com algumas variações
no estilo. Depois ela acorda. Mama muito. Normalmente eu coloco um
edredom no chão, para ela ficar deitadinha,, interagindo com a casa,
comigo e com o irmão. Quando está muito calor, nem edredom usamos.
Entre mamadas e brincadas, chega a hora do almoço. Eu almoço e a
deixo numa cadeirinha encima da mesa. Em seguida, duas ou três voltinhas
no quintal, dentro do sling, e ela dorme.
Aocrda. Se o tempo estiver bom, ficamos na rua, dando voltas no
quarteirão, com ela no sling, vendo o mundo. Se está ruim, voltamos para
o edredom no chão. E entre slingadas e edredonzadas, o dia termina.
Quando os dentes incomodam, ela chupa meu dedo ou os famosos
palitinhos de cenoura. Quando tem fome, mama. Quando está estreçada,
muda de ambiente. Quando está incomodada, passeia no sling. Quando tem
sono, deita no bercinho e dorme. Usamos bastantes cueiros para ela se
cobrir, e duas ou três mantinhas mais grossas, quando necessário. O
bolso do sling é a sua "manta de passeio". Assim
que nasceu, usava bastante saquinho de dormir; agora, nem isso.
Para cólica, nada de buscopã ou luftal. Era apenas colo, carinho,
paciência, banho quentinho, mamá à disposição.
Usamos chupeta até o primeiro mês em livre demanda, o segundo mês para
dormir e agora, aos cinco meses, nem tem mais. Mamadeira? Nem tão cedo.
No que depender de mim, nunca.
Colônia de bebê? Esqueça. Para quê? Para o banho, só um sabonete
básico.. Nem mesmo pomada. Quando fica irritado, pasta d'água e deixando
a pele respirar um pouco. Brinquedos? Ela tem dois. Um móbile de corda e
uma cestinha que toca música. Ah, outro dia ganhou uma bonequinha, mas
eu confisquei, porque ela arrancou o sapatinho dela com a boca e eu tive
medo de ela engolir.
E eu sou "a mãe má que não dá remédio para cólica" e a "mãe boba
que dá colo demais"; que dá peito e acha normal ter um bebê
completamente dependente nos braços. Que prefere o cheirinho de suór do
próprio bebê, à colônia fabricada. E que agora, como mãe, é muito mais
feliz que quando acreditava que, para ser uma mãe minimamente razoável,
precisava de uma porção de ítens de 3 dígitos.