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"A noção do dever bem cumprido,ainda que todos os homens permaneçam contra nós, é uma luz firme para o dia e abençoado
travesseiro para a noite."
(Os Mensageiros)


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segunda-feira, 1 de março de 2010

Dez anos depois

No último dia 23 de fevereiro, fez dez anos que meu esposo e eu começamos a namorar.
Engraçado que  minha memória me trai muitas vezes, mas deste começo, eu nunca esqueci.
"Podemos dizer que estamos namorando?"
"Essa loucura vai até onde você quiser."
"Com você, eu vou até o céu."
"Por enquanto, só namorada. Deixa o resto do céu para depois."


Claramente não encontramos o céu, longe disso. Nosso relacionamento  superou tormentas de vários matizes, até chegarmos a este patamar, dez anos depois: dois filhos, casa própria, cortinas nas janelas, sobreviventes de nós mesmos e ainda de mãos dadas.
Eu poderia plagear aquela frase ultra-romântica que li em certo lugar "E então eles se deram as mãos e nunca mais soltaram", mas então estaria mentindo. Nesses anos, nós soltamos as mãos, mais de uma vez. Cada um a seu tempo, desejamos nunca ter cruzado o caminho do outro. Entretanto, estamos aqui. "Sobreviventes felizes de mil tormentas". E se não vimos o céu, vimos nosso mundo mudar. Hoje sabemos que nada nos vai separar, nem falhas nossas nem mal.
Não é a coisa mais poética de todo  o universo. Não é cinematográfica. Mas é real, porque é nosso. Nós construímos isso. Nós lutamos por isso. Nós estamos juntos.
Eu o conheci aos dezesseis anos e soube que ele era quem eu queria comigo pela vida inteira. Ficar com ele custou tudo o que eu tinha,è muitas vezes parece que custou mais: custou tudo que eu tinha e era. Eu tive de deixar tudo para trás e me reformular inteira. Custou caro, e eu ainda estou pagando. Mas, se o tempo voltasse e eu tivesse que escolher denovo, e apostar tudo que eu tinha e era em um único lance da minha vida, outra vez eu apostaria. E se as parcelas ficassem tão altas, como eventualmente ficaram, a ponto de eu precisar pedir empréstimos em tratamentos para minha saúde emocional, eu pediria, e se mais eu tivesse que pagar, eu pagaria, porque nessa vida eu sei que perto dele é o meu lugar.

Eu poderia escrever mais. Poderia escrever coisas tão romanticamente descabeladas que ele sequer acreditaria que saíram de mim, mas não precisa. A realidade é suficiente. O testemunho diário basta para provar que eu falava sério quando disse que o amava e que aquela loucura iria até onde ele quisesse. E se ainda não encontramos o céu, certamente encontramos o sentido, o que, em se tratando de vida n a Terra, é buscado sem ser encontrado muitas vezes, por existências inteiras.

3 Comentários:

Luciana 3 de março de 2010 às 07:40  

Entao, tem 9 anos que eu e meu marido estamos juntos e 5 anos de casamento oficial, que foi no dia 25 de fevereiro.

Lindas palavras...

E parabens pra nós duas, que sem mesmo termos alcançado o céu, estamos muito bem acompanhadas na terra!

Beijos!

Jo M. E. Guerra de Carvalho 3 de março de 2010 às 08:42  

Sabe que, às vezes, eu vejo tanta gente sofrendo com relacionamentos realmente doentios e difíceis que eu quase penso que estamos no céu, mesmo. Eu não sei. Eu olho para a gente, para tudo que construímos juntos, para tudo que crescemos de mãos dadas, para tanto que aprendemos a nos perdoar e nos respeitar, e acho que estamos quase no céu, não em um sentido de perfeição literal ou aparente - isso nunca - mas em um sentido de lógica, de "coisa no seu lugar".

Se é que já não fez isso, quando puder e quiser, escreve no Nicolando quando vocês se conheceram? Eu fiquei curiosa, eee.

Beijinhos

Jo

Luciana 4 de março de 2010 às 20:47  

Pode deixar, qualquer dia escrevo nossa historia... :-)

Beijos!!!

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