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"A noção do dever bem cumprido,ainda que todos os homens permaneçam contra nós, é uma luz firme para o dia e abençoado
travesseiro para a noite."
(Os Mensageiros)


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terça-feira, 7 de abril de 2009

refluxo, cólicas, insônia em bebês e afins

Como obtive permissão de repassar e como a mensagem merece, posto
também aqui.

Gente,

Quem vai escrever a mensagem abaixo é a graduada em psicologia, que embora não exerça, devido a uma paixão crônica pela infância, leu MUUUITO sobre desenvolvimento
infantil na faculdade. Mas vejam bem, quem vai DITAR a mensagem é o coração da mãe. Então leiam duas vezes, três vezes, quatro vezes antes de se "eriçarem" com o
que eu vou escrever.

Primeiro: Recém-nascidos sofrem "no corpo". Essa é uma premissa básica da psicologia infantil. Um recém nascido, devido à imaturidade neurológica, perceptiva e lingüística,
se comunica com o meio basicamente com o corpo. Ele não acorda "estressado" e reclama que a casa está barulhenta. Ele não chega ao fim do dia enfadado de tanto entra-e-sai
de visita e se mal-diz que não o deixam em paz. Ele demonstra absolutamente TUDO no corpo.

Chorando(ou não), mamando(muito, pouco ou nada), dormindo(ou não) ele demonstra se está bem, satisfeito, organizado, seguro, tranqüilo ou não.

Partindo dessa premissa eu não tenho nenhum pudor em afirmar que "refluxo" e "cólica" são na maioria das vezes queixa de um bebê que não está conseguindo lidar com
o ambiente onde ele está incluído. E e onde se lê ambiente, leia-se em letras garrafais :MÃE.

Porque mãe? Porque a sintonia do bebê é com ela e a dela é com o bebê. É ela quem diz a um bebê com seu corpo relaxado, quente e aconchegante que o barulho daquela
britadeira do outro lado da rua, ou da gritaria de outras crianças da casa que aquilo não é nada e ele doooorme tranqüilo. Assim, como é numa mãe estressada, cansada,
insatisfeita, dolorida, faminta, transmite tem MUITO mais dificuldade de passar essa sensação de conforto, aconchego e segurança que ele precisa. E ele...SOMATIZA.

Interessante saber disso antes de ter o Mário, PERCEBER que as crises de cólica dele aconteciam JUSTAMENTE quando eu estava cansada e ficava sozinha com ele em casa(a
empregada saía e o marido não chegava) e acabaram EXATAMENTE no mesmo dia que eu e o pai dele decidimos que ele podia ser o chorão que fosse que a gente ia cuidar,
amar, proteger e amparar.

Interessante lembrar, que a partir desse dia, eu cuidei para não estar faminta ou muito cansada na hora da empregada sair. E lembrar também que eu passei a "atalhar"
o desconforto que ele sentia em tentar dormir e não conseguir e niná-lo tão logo ele saísse daquele estado de "bebezinho bem-humorado de foto de revista" próximo
a hora da cólica.

Ele vinha me dizendo sistematicamente dia após dia: Mãe, aquela mulher que faz eu me sentir bem não está aqui. Quem está é essa cansada, com fome, com calor, tensa.
O que aconteceu?

Eu tenho uma amiga cujo filho tinha um refluxo interessante: O bebê só vomitava quando era pego no colo por algum "estranho". E fora dessa categoria, só entravam
a mãe, o pai e a avó materna(acho que pela semelhança do cheiro mãe/filha). O bebê devolvia uma quantidade absurda de leite caso fosse pego pela babá, pela avó paterna,
pela madrinha, pela tia, pela visita. Por QUALQUER pessoa, exceto o trio "eu confio incondicionalmente em vocês" que ele elegeu sabe-se lá por que(bem. Sabemos,
mas deixa quieto senão a mensagem não acaba).

Não por acaso, os bebês que desenvolvem esse refluxo que eu chamo de refluxo de defesa(eu mesma, não tirei de livro nenhum). São os primogênitos ou os caçulas de
famílias maiores principalmente os temporões(respeitadas as devidas proporções como nos casos dos nascidos pré-termo).

Não é estranho que uma mulher que sai da condição de filha pra condição de mãe que é um dos momentos MAIS DIFÍCEIS no crescimento de uma mulher, tenha dificuldades
em lidar com essa situação nova e se estresse e passe esse estresse pro bebê. Não por querer. Mas porque TODO SANTO MUNDO "sabe" mais que a "mãezinha" e isso deixa
qualquer uma nas pontas dos cascos. A gente leva tempo pra aprender que a máxima das companhias aéreas que diz que em caso de descompressão coloca-se a máscara de
O2 em si mesma primeiro pra só depois colocar no passageiro ao lado. É algo que vale mais que um livro de dicas.

A gente tenta desesperadamente manter o equilíbrio do bebê ás vezes sacrificando uma refeição completa e vai-se deixando cansada, faminta, impaciente e estressada.

A gente tem dificuldade em dizer à visita chata: Já tá na hora de tu ir pra tua casa ou pra mãe/sogra que "deixe que eu faço do meu jeito" e vai juntando estresse
e passa pro bebê.

Sem falar nas dificuldades do início da amamentação, na insegurança de não VER o que a criança come, se a criança come, como a criança come. Tateia-se no escuro
com as duas mãos amarradas às costas e só se tem o "nariz" e o coração. E os bebês NOTAM. E reclamam. E pedem: me ajude!

O que eu proponho a toda mãe que tem um filho que vomita muito, que chora muito, que dorme pouco. E aí, vai da MÃE determinar o quanto é muito, pouco ou o suficiente(porque
ELA SABE) tentar por um momento solicitar uma rede de apoio, usar a máscara de oxigênio antes de colocar no bebê e relaxar e tentar confiar nos instintos, no afeto
que brota da relação, no SABER que vem das entranhas e que entende a necessidade de cada criança e mudar de atitude em relação aos eventos: refluxo, cólica, falta
de sono. E me dizer o que muda.

Porque o bebê está RECLAMANDO. Só que alguns reclamam chorando(de cólica, de impaciência, de não sei o que), outros insones, outros vomitando. Descubram DE QUE ele
reclama.

 

Socorro Moreira

1 Comentários:

camila 13 de fevereiro de 2016 às 03:54  

Lindo lindo lindo texto.
Tô passando por isso. Obrigada por me iluminar a mente. Vou em busca de descobrir do que meu bebê insone reclama!!

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