Tem mais alguém na Partolândia
Que cada parto é único, todo o mundo sabe. Que cada mulher leva para o tp o que sabe que é o que nem imagina, também é fato; também é fato que tem mais que o fisiológico agindo na hora P. Aspectos emocionais sutilíssimos explodem na arena do parto e podem ser decisivos, muitas das vezes.
Não sou profissional da área nem nada, mas acredito piamente que tem mais alguém na partolândia com a gente. Isso aí, o bebê. Qual o papel dele? Não sabemos ainda. Não sabemos que condições o seu emocional tem de interferir no da mãe, quando uma das conexões mais intensas da vida de um indivíduo está prestes a se romper, mas as variáveis são atraentes. O leque se abre ainda mais se você se permitir incluir a pré-existência da alma à fecundação.
O que ela traz? O que ela pensa? O que ela sente? Até que ponto isso pode influenciar, direta e indiretamente, no trabalho de parto?
Eu estive muito conectada com meus dois filhos, durante a gravidez e, no caso da Mariles, durante o parto, e posso dizer que as impressões gerais foram muito diferentes.
Por exemplo, eu sei porque Mariles "cismou" de tentar sair com 36 semanas, não com 39, que foi a época do parto. Acredito que ela tenha visto quão mal eu estava, fisicamente, e tenha desejado abreviar meu sofrimento. E por que não? Ou talvez ela própria não estivesse bem e quisesse sair. É uma teoria. Pode soar descabelada, mas não deixa de ser uma teoria.
O fato é que, se são amplas as questões subjetivas que envolvem um parto, imagine se incluirmos o bebê no brinquedo? E haja humildade para admitir quanto ainda ignoramos...
Pelo sim, pelo não, convém enviar boas energias para o bebê. Por que não usar essa conexão real que existe entre nós e ele para, durante o parto, tentar, pelo menos, demonstrar que ele é bem-vindo e que nossos braços o aguardam aqui, do lado de fora?
Eu sei que na maior parte dos momentos difíceis do meu pré-parto a conexão com minha filha me ajudou a manter o foco; era por ela que eu chamava, em uma parte considerável das contrações. Se é possível que eles não sintam nada? Ah, eu não sei. O que eu sei é que o amor é irresistível e deixa marcas.
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