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"A noção do dever bem cumprido,ainda que todos os homens permaneçam contra nós, é uma luz firme para o dia e abençoado
travesseiro para a noite."
(Os Mensageiros)


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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Deixar chorando

Decidi escrever sobre isso por causa de um acontecimento hoje à
tarde, aqui em casa.
Nossa vizinha veio nos visitar, bem na hora em que Mariles fazia sua
inalação. Na ocasião a moça que trabalha conosco estava com ela e eu,
com Estêvão.
- Deita ela - sugeriu a boa senhora - que a fumacinha entra melhor.
A moça retrucou que, se deitada, ela chorava, a que a senhora
respondeu que chorar fazia bem para os pulmões. Quando interrogada sobre
o que fazer, eu disse que ela podia tomar sentada, como sempre, e a
nossa visita foi embora no mesmo instante.

Aparentemente, a questão é simples: você é ou não "a favor" de
"deixar chorar"?
Penso, entretanto, que existam dois "patamares":
Primeiro: - Quando o choro é inevitável - é existe isso sim.
Exemplos:
seu bebê não mama no peito e está com fome. Não adianta, ele vai chorar
enquanto você preparar a mamadeira.
*vocÊ tem dois filhos e um se machuca sério quando você estava cuidando
do pequeno. Você terá de deixá-lo chorando, para atender ao mais
necessitado.
Uma injeção inevitável fará seu filho chorar, nem que seja um pouquinho.
O mesmo com uma queda, um anseio frustrado, um desmame noturno imperioso.
Então, sim, nesses momentos, não dá muito para ser ou não a favor. O
choro faz parte da vida, e ele tem que ter o direito de chorar, de
expressar suas frustrações e de se sentir triste, de vez em quando.

Entretanto, existe um outro patamar. É quando pais ou cuidadores
*optam* por deixar a criança chorar, como obrigando o bebê a tomar
inalação deitado, mesmo se sentado tiver mesmo efeito; ou ainda
quando a criança gosta muito de colo e decidem que ela está tentando
manipular os pais e a deixam chorar indefinidamente.
Aí, não! O choro é a linguagem do bebê. É o seu meio de expressão. É
uma de suas únicas maneiras de se comunicar com o mundo.
O primeiro ano não é só o primeiro ano. Nós pensamos muito em nós
mesmos, nessa fase, o que é compreensível: nos concentramos no nosso
cansaço, nas nossas inseguranças... Entretanto, do outro lado do canal,
existe um serzinho estreando nesse mundo. Ele está estabelecendo
padrões, construindo relacionamentos, testando paradigmas, procurando
seu lugarzinho na vida. Esse serzinho não anda, não fala, muitas vezes
nem sabe direito quando é noite ou dia. Talvez nem saiba direito onde
termina ele e onde inicia o outro. Francamente, nessas condições, é mesmo
de se estranhar que ele se sinta inseguro, e chore, e solicite colo e
atenção o tempo todo?
Claro, você sempre pode forçá-lo a fazer parte desse caminho
sozinho, mas depois, por favor, não se pergunte porquê ele é meio
distante contigo, ou porque ele tem dificuldade de estabelecer relações
sólidas no campo do afeto; não o culpe se ele for pouco paciente com
você, quando vier sua própria senilitude.
Como seres responsáveis, sempre temos a escolha, e, por uma seqüência
natural, sempre temos as conseqüências.

3 Comentários:

Michelle Valente 24 de fevereiro de 2010 às 00:23  

Jo,
apoiadíssima!
não deixo o davi chorando não, logo atendo.
É rarísssimo ele chorar, etão qdo chora é pq algo acontece. falo com ele bem calcminha e pego no colo. pronto! acalmou!!!
agora ta tendo pesadelos... dá uma dó.
Beijos da Michelle do Sorridente Davi

Jo M. E. Guerra de Carvalho 1 de março de 2010 às 13:44  

Mi, eu também não consigo deixar chorando... Nem tento! Se ele não puder contar comigo, vai contar com quem?
Pesadelos? Que chato isso!!!! Aqui a Ma também tem. Fica fungando dormindo, se agitando... Dá uma dó! Você já pensou em dar um floralzinho para ele? Você tem certeza de que não são as temidas cólicas?

Boa sorte!!!

Luciana 3 de março de 2010 às 07:45  

Perfeito!!! Nada mais a acrescentar.

Grande abraço!

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