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"A noção do dever bem cumprido,ainda que todos os homens permaneçam contra nós, é uma luz firme para o dia e abençoado
travesseiro para a noite."
(Os Mensageiros)


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sexta-feira, 23 de abril de 2010

sobre a não-violência - outra vez!

Francamente, eu já superei o patamar de ficar chateada com as pérolas
dos outros. Nem ligo mais, e deve ser por isso que eles falam cada vez
menos. Mas, enfim, sempre temos nosso ponto fraco.
Não consideramos a "palmada pedagógica" como uma opção para educar
nossos filhos. Se acontece, é falha nossa, não necessidade dele. Esta é
uma prática muito, muito raramente empregada aqui em casa, e podemos
contar nos dedos de uma única mão as vezes em que aconteceu. Bem, uma
delas foi ontem.
Relatamos o fato à profissional que talvez atendesse o Estêvão.
Ela não só justificou, como
aconselhou que a medida fosse repetida tantas vezes quantas fossem
necessárias. Eu fervi. Tudo bem o Vi perder a cabeça e bater no Kevo
eventualmente, mas nada a ver uma profissional de saúde mental infantil
ratificar isso.
Eu simplesmente me nego a aceitar esse tipo de comportamento na
minha casa. Eu não tive uma gestação horrível, um parto absolutamente
desumano para viver enfiando a mão no meu filho, muito obrigada. Quando
meu marido me irrita - acreditem, ele tem o dom - eu não posso enfiar a
mão nele, certo? Por que é legítimo eu bater no meu filho? Porque ele é
pequeno e não pode se defender? Porque ele não entende e é o único jeito
de fazê-lo aceitar? Porque eu preciso submetê-lo pelo medo, para ter a
ilusão de que ele me respeita?
Ainda teve a coragem de usar o termo "domesticar", referindo-se
ao processo de educar uma criança como ele. Deixe esse termo para os
cachorros, cavalos e demais animais, que, não obstante dignos em si
mesmos, não possuem os mesmos recursos de expressão e comunicação que
nós; para as crianças, agitadas ou não, existe algo mais: educação. E se
nossos métodos não têm dado os resultados esperados, há que se melhorar
a abordagem, não administrar a política do medo e da violência.
Não queremos condicionar; queremos educar. Não queremos agredir;
queremos ensinar. Gerações e gerações de espancados e estapeados jamais
produziram uma sociedade melhor. Viemos de um histórico no qual a
violência não só é chancelada em quase todas as frentes, como também é
admitida como meios para se recolher coisas boas. Eu não posso
concordar com isso. Eu não posso acreditar nisso.
Vejo vultos da humanidade, que tiveram comunidades inteiras nas
mãos sem precisar levantar a voz; porque eu, sendo menos que eles, não
posso pretender não levantar a voz dentro de casa, com meus filhos?
Então vem alguém e diz que "a gente faz o que é possível", e eu
reafirmo que um dos objetivos da Vida Humana é a evolução;o homem é o
único animal que evolui a si mesmo, capaz de aprender e reavaliar seus
métodos. Isso se chama "progresso". Se descobrimos novas formas de
administrar a energia, se a eletrônica substituiu a mecânica, se o
Direito evolui, se os chips e microxips são vivências correntes, quando
outrora tínhamos outras alternativas, por que a educação dos nossos
filhos segue legada as mesmas normas que, muitas vezes, fracassaram com
nossos pais e nossos avós?
Segue que, para educar uma criança, é imperioso, antes de mais,
educar-se a si mesmo. E haja humildade para descer aos próprios
porões, contactar os próprios demônios e perceber que, embora inscritos
em séries distintas, pais e filhos são igualmente aprendizes.,

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